ROTEIRO: ROTA DO LAGARTO - DOMINGOS MARTINS, ES

Continuando nossa viagem, na terça-feira cedinho pegamos a estrada rumo à Domingos Martins, município na região montanhosa do Espírito Santo, para conhecermos a Pedra Azul e parte da Rota do Lagarto, um passeio turístico por um trajeto conhecido como um dos trechos rodoviários mais bonitos do Brasil.

Uma das nossas intenções era fazer o passeio do Parque Estadual, que permite chegar no pé da Pedra Azul, mas devido à pandemia, a quantidade de pessoas que podem acessar o parque está reduzida pela metade e, quando tentamos fazer uma reserva, já não tinha mais disponibilidade.
Com isso, a gente adaptou o passeio passando por lugares próximo à pedra, começando por um restaurante com uma vista incrível de lá.

Dessa parte da viagem, eu fiz um vídeo curtinho:

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Uma publicação compartilhada por Matheus Fernandes 🏳️‍🌈 (@blogdomath)

FJORDLAND

Nossa primeira parada na região da Pedra Azul foi em Fjordland, um complexo agroecológico que abriga, além do restaurante onde almoçamos, áreas de reflorestamento e proteção de recursos hídricos, horta orgânica, estábulo com animais domésticos, entre várias outras coisas, tudo cercado por uma vibe nórdica, a começar pelo nome. 

Além do clima de montanha, super agradável e inspirador, tudo ali contribui para uma experiência bem imersiva e gostosinha, levando a gente para perto da Noruega sem sair do Brasil, através dos detalhes que enchem os olhos e acalmam o coração, como as estruturas em madeira e os tetos verdes.
Mas dentre tantas alternativas, escolhemos passar ali por causa do D'bem, o restaurante escolhido para o almoço do dia.

D'BEM

Escolhemos o D'Bem pela vista incrível da Pedra Azul, mas formos surpreendidos positivamente pois tudo por ali é charmoso e o almoço com vista impecável acabou se tornando parte de uma experiência repleta de uma sensação de calma e paz.

A entrada custa R$5 (crianças até 12 anos não pagam) e, como a gente não foi num dia regular, acessamos apenas ao restaurante, que fica na "área comum" do complexo.
No site do Fjordland, você consegue conferir todas as possibilidades do espaço e dias de funcionamento.

Agora, falando do restaurante: já tinha visto algumas fotos na internet e pessoalmente é ainda mais incrível e mais forte estar ali diante de uma paisagem tão bonita.
Quando chegamos, o restaurante estava vazio e fomos os únicos clientes até finalizamos nosso almoço...

O cardápio tem pratos com carne e opções veganas, todas muito bem avaliadas internet afora e a gente comprovou e aprovou tudo também.

Pedimos 3 opções do menu: eu fiquei com o prato do dia, uma tilápia acompanhada de legumes e purê de banana; Sander e meu sogro optaram por arroz com galinha da montanha e Ângelo foi de pene ao molho de queijo gratinado no maçarico com filé grelhado e chutney de morangos orgânicos, cultivados na região.

À sua maneira, cada prato tinha uma coisinha única e, em comum, leveza.
Eu provei um pouco do arroz com galinha e achei muito único... imaginei que fosse semelhante à galinhada que eu já estou habituado mas o sabor e a textura eram bem diferentes e esse também surpreendeu, positivamente.

Tilápia com purê de batata e temperos do chef

Arroz com galinha da montanha 👌

Ainda sobre o restaurante: é pet friendly, tem wi-fi (não tava funcionando no dia), aceita cartões e os banheiros são adaptados para pessoas com necessidades especiais.

Fjordland:
Rota do Lagarto, Km 2,2; Pedra Azul do Arecê, Domingos Martins

Horário de funcionamento: Sextas, sábados, domingos e feriados, das 8h às 16h30
P.s.: O restaurante tem uma agenda diferente: funciona segunda, terça, quinta e sexta, das 11h30 às 15h; aos sábados, domingos e feriados, das 11h30 às 15:30

Saindo do Fjordland, a gente continuou o trajeto fazendo paradinhas em alguns dos mirantes ali por perto, com vistas para a Pedra por diferentes ângulos, e um deles fica num lugar muito fofo, com cara de cenário de novela de época das 6: o Café da Fazenda.

Não encontrei uma página oficial do café pra saber mais informações, mas no dia em que fomos, estava fechado, logo, a gente se conformou com a vista de fora -que já é muita coisa.

Mesmo com o café fechado, a porteira fica aberta e, além de ver os peixes nadando no lago, dá pra ver a casinha com jardim de casa de vó bem de perto.

Bem em frente ao café, existe uma casinha pequena de madeira onde funciona um antiquário, que também estava fechado no dia; não dá pra saber se pelo contexto de pandemia ou se pela época do ano, já que essa parte montanhosa costuma atrair mais turistas no frio -mas eu acredito que no fim de semana funcione.

CASARIO PORDENONI

Alguns mirantes depois, passamos numa cafeteria que foi indicada por uma funcionária do D'Bem, que falou muito bem da torta de morangos orgânicos cultivados ali mesmo, na região...

Confesso que estava bem destreinado em fazer conteúdo de viagem e acabei esquecendo de fotografar coisas tipo a fachada do local, que era bem rústica e charmosinha, num quintal onde dividem o espaço a cafeteria e um antiquário -que estava fechado.
Mas fiz esse clique do interior -onde a gente não quis ficar, já que comer torta num quintal com varal de luzes e vista para a pedra azul seria muito mais interessante, rs.

Nossas escolhas:
Ângelo pediu uma cheesecake com frutas vermelhas, Sander pediu uma torta de chocolate com sorvete e eu fui na torta de morango mais tradicional mesmo.
Confesso que achei uma torta ok, sem nada de tão especial, mas estando ali por perto, vale uma paradinha no quintal pra conhecer, mesmo que não seja prioritariamente pela comida.

Casario Pordenoni
BR 262, Km 90; Domingos Martins
De terça a domingo, das 12h às 21h
Instagram

AIRBNB

Quando pesquisamos sobre Domingos Martins no google para formatar o roteiro, eu fiquei bem apaixonado pela região e decidimos passar uma noite lá e, para isso, precisamos reservar um Airbnb, e ficamos com o da Débora, que parecia ter saído do Pinterest.

A Débora é arquiteta e cuidou de todos os detalhes que deixaram o lugar bem acolhedor -e porque não dizer, inspirador...

O Airbnb fica no ponto mais alto ali da região, o que permite uma vista bem bonita da cidadezinha, em meio às montanhas cobertas de verde.
O verde, aliás, tá em todos os lados por ali: o quintal do Airbnb é um jardim bem lindo, que ainda está sendo feito, mas já dá gosto de ver.

Além de muito bonito, tudo é bem novo e muito prático por ali -Débora deu o nome, viu...
Por falar na Débora, aliás: ela foi uma hostess muito simpática e gentil também.
Adoramos tudo.
Uma pena que a passagem foi tão curta: chegamos no finalzinho da tarde, deixamos as coisas, saímos para comer, voltamos para dormir e, no dia seguinte, após o café da manhã, seguimos.

Foi uma passagem super rápida mas se você também quiser passar uma noite por ali, nossas recomendações em relação ao apê são as melhores (dá pra ver pela avaliação do Sander lá no site): tudo limpo, cheiroso, confortável, impecável.

O apartamento tem dois quartos, um com cama de casal e outro com sofá cama (também comporta duas pessoas), ar condicionado, wi-fi, uma super smart TV e até uma área de trabalho.
A página do apartamento no Airbnb tá aqui -as minhas fotos estão mais atualizadas que as do anúncio :)

Sobre a cidadezinha: é realmente bem pequena e com pouco tempo andando, você já percorreu praticamente tudo o que tem a ser visto.

Confesso que, considerando as fotos que vi no google, imaginei encontrar uma cidade histórica com traços mais "marcantes" ou originais, vamos assim dizer...
Acontece que rola tanta poluição visual (não sei se o fato de a decoração de natal ainda estar ali contribuiu negativamente) que eu não consegui morrer de amores pelo que vi.

Veja bem: não digo que não gostei... eu curti o lugar, mas não me apaixonei, não suspirei, sabe...
Primeiro: boa parte dessa "arquitetura" alemã que deu fama ao lugar não é algo "original"; são poucas as construções em que a estrutura realmente foi feita com madeira; em boa parte, vi algo bem fake, com tinta e cimento, para forçar um estilo que não tem uma história real marcando presença.

E a questão da poluição visual é uma "crítica" pessoal não apenas a Domingos Martins: sofro todas as vezes que vejo, em qualquer lugar, fachadas antigas lindas sendo cobertas com lonas imensas escondendo algo para dar destaque ao nome de um comércio.
Em Goiânia, por exemplo, a gente tem um acervo art deco maravilhoso sumindo, deteriorado por baixo de lonas e sinalização de comércio por conta de pessoas que não enxergam nem valorizam a beleza do antigo, da nossa história.

Tirando essa "avaliação" dos detalhes do meu ponto de vista pessoal, existe algo incontestável na beleza de uma cidade pequena rodeada por montanhas e muito verde onde o tempo passa lento e bucólico -e isso, nenhuma observação feita por ninguém vai tirar.

Um último comentário sobre o comércio local: achamos as opções bem limitadas, tanto de comida quanto de outras coisas práticas, como farmácia -o que é totalmente compreensível por se tratar de um lugar realmente pequeno e isso não entra aqui como crítica, apenas como um "aviso" mesmo, caso você queira passar por lá;
Eu gosto de deixar feedback sincerão pois, em geral, a gente só lê sobre pontos positivos das coisas quando se fala de roteiro de viagem e isso as vezes coloca a expectativa da gente lá em cima (o que gera frustração); além disso, saber que um lugar tem limitações em relação ao comércio (tudo fecha bem cedo) te permite se organizar e ir preparado para eventuais imprevistos.

Depois do passeio rápido após o café da manhã, pegamos a estrada Rumo à Guarapari, com uma pausa para o almoço.
Aqui, acho válido enfatizar que, das opções que encontrei no google, a grande maioria era bem sem graça e a gente até parou em algumas delas pra eu ver a estrutura dos lugares e o cardápio e nada havia me agradado, até encontrarmos no google um lugar chamado Vista Linda, que parecia ser uma mistura de pousada com café/restaurante.

Chegamos lá e o lugar realmente tem uma vista linda, mas não vimos sinal de restaurante e, depois de perguntarmos a um funcionário, ficou claro que ali não tinha um restaurante, mas ao lado (literalmente), havia uma outra opção, chamado Sombra da Serra -o nome é uma tradução literal do que é o lugar.

Escolhemos carne de cordeiro com vários acompanhamentos (que já vem como padrão) e não tirei foto da comida nem do lugar, mas tava tudo maravilhoso. 

Depois do almoço, estrada mais uma vez, para a última parte da viagem :)

Em breve resumo, Domingos Martins foi uma grata surpresa na viagem pois, além de trazer um outro clima para o meio do roteiro, reforçou pra gente como o Espírito Santo é um estado com muitas opções incríveis para o turismo e, apesar disso, um lugar subestimado, pouco falado...

Da chegada à despedida, todo o passeio pela região de Domingos Martins faz jus aos títulos que recebe:  a cada curva, mais beleza e leveza, num cantinho onde eu voltaria, com certeza, para novos achados.

Se também curte estar em lugares onde o silêncio e o verde e o céu se abraçam, vai amar conhecer Domingos Martins também.

Por hoje é isso...
Bjs do Math e até a próxima e última parte da viagem!