TEODORO FAZ 1

Quando Lorena, a mãe do Teodoro, me chamou pra fazer a festinha de 1 ano dele, fiquei super empolgado com a possibilidade de fazer uma festa de Brasília -e também porque seria mais uma festa de menino com uma pegada bem lúdica, que eu amo fazer.

Nosso ponto de partida foi a letra de uma música que o avô compôs para o Teodoro e, de cara, a missão era fugir do clichê de estampar a música em um tecido sublimado e colocar isso atrás da mesa, até porque eu acho que esse tipo de carinho merece mais do que uma interpretação literal.

"Cantiga de Chegada", a música que o Teodoro (esse fofinho da foto aí em cima, com os pais) ganhou do avô, tinha versos sempre iniciados com "Benvindo, menino de ouro" e essa saudação me fez imaginar bandas de fanfarra anunciando a abertura de uma grande festa;

A partir disso, Bob Baker, um teatro de marionetes bem antiguinho de Los Angeles entrou para o hall de referências e eu trabalhei com a estética desse universo para desenvolver a identidade visual da festa do Teodoro.

Cruzar a linguagem visual do teatrinho com referências de festas antiguinhas foi um caminho inevitável e, pra deixar tudo mais moderninho e com mais respiros, formas geométricas simples entraram na composição, conforme o pedaço do moodboard acima.

Com as ideias já bem definidas depois de cocriar com a família, o desafio pela frente era a logística de fazer uma festa em outra cidade, com outros fornecedores e um outro olhar para as festas, o que poderia impactar diretamente no resultado.

Entre as soluções que eu imaginei, estava, em primeiro lugar -como sempre-, entender o significado dessa comemoração para a família e, juntamente com isso, observar um pouco mais "para fora", com foco nessas diferenças culturais em torno das celebrações entre Brasília -que é onde estou acostumado a fazer esse tipo de projeto- e Goiânia, para não levar ideias que não fariam sentido para a família e para os convidados, entendendo que o respeito e a valorização dessas diferenças seria o tempero especial que daria o charme na brincadeira.

Outro ponto bem importante pra mim seria descobrir fornecedores com afinidades em relação ao refinamento das entregas, já que acabamento interfere direto na percepção final de qualquer coisa, né...
Para isso, contei com a ajuda da Leonor, minha amiga festeira de Goiânia, que foi compartilhando comigo sua lista de parceiros goianienses de forma muito generosa (Brigado, mana💖).

No fim, eu levei algumas coisas de Brasília e a gente mesclou um tiquinho daqui, um pouco de lá e deu tudo certo :)

Com conceito definido, mais um ponto bem importante seria entender como eu poderia aplicar algo personalizado no projeto, já que eu costumo colocar a mão na massa e construir alguns objetos para cada festa e o caminho foi desenvolver manualidades menores, que foram feitas na casa dos meus sogros, que usei como base de apoio.

O mini teatrinho, por exemplo, foi uma versão petit de algo que eu já tinha feito para brincar de marionete com o Ângelo -e que tinha super a ver com a narrativa da festa do Teodoro; aqui, o teatrinho ganhou uma miniatura de instrumento musical, fazendo referência direta ao tema.

Aqui, um pouco da papelaria com o projeto gráfico da festa: bem colorido, vivo e festivo e a cartela de cores, aplicada cuidadosamente em cada elemento da produção.

Agora, um momentinho pra falar desse fundo, que foi uma das coisas que eu mais gostei de fazer até hoje: um painel com flâmulas flutuantes.

A ideia de trabalhar com flâmulas veio como uma extensão da referência das fanfarras, já que elas sempre eram usadas, em diferentes formatos, para anúncios de grande importância ou mesmo para identificar territórios etc.

Aqui, elas representam tanto o anúncio da chegada do Teodoro para a família quanto representam um pouco desse universo infantil, através de uma perspectiva lúdica, brincando com cores e formas.

E claro que isso não era apenas charme e apelo visual: foi necessário usar algo ali para compensar o fato de que a gente não teria painéis de madeira com a altura necessária para a composição e elas ajudaram a "alongar" visualmente o centro da mesa.

Todas as flâmulas foram feitas de feltro, manualmente, e eu amo que o resultado é algo muito único. É um painel que ninguém mais vai ter igual, assim como não existe outra criança igual ao Teodoro no mundo (por isso que manualidades são tão importantes pra mim).

Olha esse neneeeem com lookinho todo pensado para a festa ☺.

♡Socorro♡

Agora a gente chegou num ponto mais delicado de toda essa conversa, rs.
A festa aconteceria num espaço de festas bem lindo e com uma área verde super legal, mas que normalmente é usado para casamentos e, com isso, as opções de mobiliário para os convidados (e também de mesa posta) eram basicamente: rústico, com tudo de madeira ou super clássico, com cristal e prataria.

E o que isso teria a ver com uma festa infantil -ainda mais com essa linguagem visual?

Como resolver esse dilema?

Primeiro, conversando com a equipe do buffet e entendendo o que a gente poderia alterar (eu sou a pessoa que sempre quer saber o que dá pra fazer fora da curva sem atrapalhar a logística do local, mas sem deixar o meu projeto na zona da mesmice também) e, com esses pontos bem claros, partimos para a ação...

Em uma das minhas idas à Goiânia, fui com a mamãe do aniversariante bater pernas no centro da cidade, garimpando utensílios coloridos em lojas populares que ajudariam a quebrar a rigidez do que a gente teria que usar do buffet como base (não daria pra mudar tudo, obviamente, mas a nossa ideia era trazer um pouco mais de irreverência e deixar essa parte mais harmônica em relação ao restante da festa).

Desse garimpo, cestos, bacias, canecas e peneiras de plástico e esmaltadas viraram apoio para o buffet, vasinhos de planta e centros de mesa, que a gente combinou com as opções disponíveis para mesa posta, mesclando cores e encaixando tudo na linguagem do projeto.

Outra coisa não muito comum, mas que eu já incorporei nos meus projetos e que acabou fazendo muito sucesso na festa do Teodoro foi uma estação de docinhos que ficou à disposição dos convidados a festa inteira, usando uma estante, mesinhas e banquinhos para a composição, que serviu também para guardar as lembrancinhas.

Por falar nas lembrancinhas, elas tinham itens muito especiais e personalizados (não tenho fotos deles mas vou mostrar e deixar salvo nos destaques no meu perfil no instagram): tatuagens e bottons com as ilustrações do projeto gráfico da festa.

Teodoro com outro lookinho colorido e com tattoo removível feita especialmente para a festinha dele;
Aproveitando o bonde: a tatuagem foi sucesso absoluto entre as crianças e foi muito divertido ver elas curtindo tanto a brincadeira
-além de ser muito fofo ver uma ilustração minha num bracinho desses, né?

Teve mesinha para as crianças também, com docinhos à disposição delas também, claro!

A mesinha infantil é uma parte que eu amo projetar e montar com todo carinho do mundo, mas legal mesmo é ver ela bem bagunçada durante a festa, como um sinal de que ela está sendo bem utilizada, ou seja, que as crianças estão curtindo.

E se o rodízio de pequenos em volta dela, melhor ainda: é um sinal de que elas estão usando como pitstop pra recarregarem as baterias.

Na festinha do Teodoro foi assim: pequenos intercalando entre mesinha e várias brincadeiras de criança, escorregando, se sujando... só amor!

E por falar em brincadeiras...

A gente teve uma reunião com o pessoal da Cia. Ju Cata Histórias pra explicar toda a ideia da festa e pensarmos juntos em quais seriam as melhores atividades para a festa e ficou tudo muito fofo e redondinho no final: teve oficina para as crianças fazerem seus próprios instrumentos musicais utilizando materiais que seriam descartados e insumos naturais, como sementes.

Eles também capricharam na contação de histórias e claro que uma festa inspirada em uma música precisaria ter uma apresentação musical, né?
Foi incrível e a gente sabe que deu certo porque todas as crianças e adultos ficaram encantados com as atividades 💖
A parte mais legal, inclusive, foi quando as crianças participaram da performance usando os instrumentos feitos por elas mesmas.

E uma festa com tema musical precisa de um palco bonito para as apresentações, né?
Daí surgiu esse cantinho, que serviria tanto para fundo das atividades quanto para as fotos.

Como essa parte estava bem distante da mesa no espaço, eu trouxe mais algumas flâmulas para dar unidade visual e os balões fizeram o arremate.

Ufa! São tantos detalhes...

Mas acho que pontuei os mais importantes aqui e vou compartilhar um pouco mais no instagram :)

Brigado, Lorena e Cris, por confiarem no meu trabalho para criar algo único para comemorar o primeiro aniversário do Teodoro.

Que a vida dele seja sempre cheia de comemorações e muito amor!

E é inevitável finalizar esse post sem pontuar que fazer uma festa para crianças deve ser algo livre, leve e prazeroso; é uma pauta já datada pra mim, mas a gente usou das cores sem nenhum receio (inclusive o temido rosa em festas de menino, rs) e o resultado foi esse aí: uma festa única, cheia de histórias e abarrotada de carinho.

Quando a gente olha menos pra fora, ignora o receio dos julgamentos e se concentra na história da família, o resultado é sempre verdadeiro e, por tabela, lindo.
Várias coisas nesse projeto fazem como que ele seja um dos meus favoritos e eu tô muito feliz em compartilhar com vocês.

Por fim, mas não menos importante, um obrigado à galera que fez parte do projeto:
Mobiliário: Inspire Mimos e Festas
Complementos: Dona Festeira
Balões: Dom Balão
Cookies e Donuts: Renata Leite
Maquete: Thais Terra
Atividades e música: Cia. Ju Cata Histórias
Fotos: Fernando Gonçalves

Por hoje é isso...
Bjs do Math e até a próxima!