É com essa frase célebre do final de todos capítulos de Rupaul's Drag Race que eu gostaria de começar a segunda parte do nosso editorial de dia dos namorados desse ano.
Eu tenho ouvido histórias de umas amigas passaram recentemente por fases de descobertas complexas e o que eu noto em alguns casos é um ato inconsciente de apoiar no outro a razão de sua felicidade e até mesmo da idéia de completude -o que é compreensível, se considerarmos que pode parecer um grande fracasso estar sozinho num mundo onde todo mundo está sempre virtualmente conectado/ acompanhado.
Mas o ponto aqui é outro: se você tivesse de passar o resto da sua vida apenas com a sua própria companhia, isso te apavoraria ou seria o começo de uma jornada incrível de uma pessoa que consegue enxergar em si mesma uma ótima potencial melhor amiga?
Confesso que acho (pra dizer o mínimo) estranho escrever fazendo contrapontos entre vida real e redes sociais -até porque as redes são parte importante da minha vida e do meu trabalho-, mas acho que somos todos maduros o suficiente pra entender que elas podem realmente ser tóxicas em alguns aspectos, dependendo da sua estabilidade emocional no momento.
A questão pra mim não é sobre deixarmos de usar as redes, mas sobre como comparamos nossa vida com de outras pessoas o tempo todo e como essa comparação nos afeta de diversas formas, inclusive no desejo de sermos bem sucedidos, queridos, e aceitos por todos em nossos grupos de convívio quando, na verdade, deveríamos questionar se nos somos capazes de aceitar a nós mesmos, com todas as nossas falhas e outras características que fazem parte da nossa condição humana.
Tempos atrás, comentei no insta sobre como falamos o tempo inteiro a respeito de gentileza, tentamos ser solícitos com o próximo mas somos extremamente rígidos com nós mesm@s.
Aliás: você já parou pra analisar a intensidade com que se cobra?
Mais do que isso: você faria com outra pessoa o mesmo que faz com você ou teria receio de parecer a pessoa mais chata e severa da face da terra?
E apenas pra deixar claro, esse questionamento não vem do nada, tá?
Ele começa comigo mesmo e eu me policio e questiono o tempo inteiro se seria tão rígido com outras pessoas e se eu mereço tanta exigência além do que a vida já me impõe...
Veja bem... também não sou a favor de comodismo e não é essa a pauta -até porque eu acho que a vida é muito curta pra gente simplesmente estacionar e ficar lá, parado, vendo o tempo passar.
O ponto em questão é o tal do equilíbrio somado ao discernimento para diferenciar quais os pontos onde você pode/deve flexibilizar, tendo consciência de que uma pessoa que vive sob constante pressão pode se tornar mais insegura, já que parece que o que ela faz nunca é bom suficiente -entre vários outros "efeitos colaterais".
É isso que você deseja pra você?
Pode parecer difícil ou até mesmo egocêntrico, mas a gente precisa aprender a exaltar nossos predicados, nossas pequenas conquistas e aprendizados na mesma intensidade com que nos cobramos, porque isso também é sobre reconhecermos nosso valor e aprender a admirar nossa perseverança, o que nos ajuda a enxergar a pessoa admirável que habita em nós mesmos e que é, na maior parte do tempo, negligenciada por nós mesmos.
Já parou pra pensar que, talvez, o melhor presente que você possa se dar nesse dia do amor (vamos oficializar logo esse nome e poupar explicações repetitivas, tá? 🤣) seja essa mudança de olhar para si mesm@?
Encare as falhas, os erros e fracassos como oportunidades e aprendizados e tente sobrepor (ou pelo menos equiparar) os pontos onde você cresceu, puxando pela memória momentos em que você foi muito f*da -não necessariamente estamos falando de coisas épicas, mas de pequenas atitudes no dia a dia, só pra deixar claro.
Se orgulhe de você e resista àquela voz da autosabotagem que reverbera internamente tentando nos puxar pra baixo.
Se abrace, dê colo a si mesm@, aceite suas vulnerabilidades e repita pra você mesm@ que isso não é sinônimo de fraqueza.
Faça isso de novo e de novo, até que pareça menos difícil e um pouco mais natural, lembrando sempre que essa é uma "tarefinha" que ninguém pode fazer além de você mesm@.
E lembre-se:
Não é sobre ego ou narcisismo, é sobre autoconhecimento, é sobre entender e respeitar nossos erros e fragilidades, tentar melhorar nos aspectos falhos e conviver com isso sem tantas batalhas internas onde apenas a voz negativa se sobressai...
Na verdade, é sobre entender que precisamos praticar a mesma gentileza que dispensamos ao mundo com a gente mesm@.
Independente de você estar solteir@, casad@, enrolad@ ou em um crush épico, vale lembrar sempre: "If you can't love yourself, how in the hell you gonna love somebody else?"
Concepção, produção e styling: Math e Eleanor Portela
Fotografia: Alice Leite
Modelo: Kamila Souto por 3 Models
Beleza: Jackeline Monteiro
Balões: Planet Ballon
Locação e mobiliário: A Garimpeira
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