Para o último capítulo do nosso editorial de 9 anos, eu quis retratar uma comemoração atrás do palco, na coxia, como uma forma de representar algo que acontece após o fim de cada editorial, mas que nunca é documentado: eu tenho picos altíssimos de adrenalina em todos os editoriais e, mesmo quando tudo acaba, essa empolgação demora a baixar e, sempre que possível, as pessoas da equipe que tem algum tempo disponível se reúnem em algum lugar para comer besteira, jogar conversa fora e começar a sonhar com o próximo projeto...
Dentro de um editorial, tudo é figurativo, logo, essa comemoração nos bastidores precisa contar também uma história e essa cena reúne alguns elementos do passado e também tem algumas coisas das próximas produções, como uma forma de mostrar essa vontade imparável de contar novas histórias sempre.
Falar um pouco mais sobre bastidores, mostrar falhas e imperfeições é algo relativamente novo pra mim, já que, por muito tempo, eu me cobrava demais buscando a perfeição e esse é, provavelmente, o ponto mais importante desse capítulo de encerramento: vulnerabilidades são conectores e não divisores!
Quando comecei tudo isso, no momento do boom dos blogs de moda, eu sentia que precisava aparentar ter algo em comum com a vida das blogueiras ricas (milionárias) para que eu fosse aceito e para que as pessoas respeitassem meu trabalho; com isso, eu criei uma barreira que esteve aqui por um bom tempo, que não me permitia enxergar minha história e quem eu sou com orgulho -não sei se já contei aqui, mas antes de começar a gravar vídeos, eu cheguei a procurar fonoaudióloga porque não queria que as pessoas achassem minha voz afeminada demais, por exemplo...
Hoje, encerrando esse ciclo com muito mais maturidade, intimidade e verdade em nossa relação, eu consigo enxergar claramente a importância de aceitar e aproveitar cada etapa do processo -inclusive do que já foi...
A gente costuma ter vergonha e querer esconder nossos passos e projetos do passado, mas eles nos trouxeram até aqui e lembrar disso nos ajuda a não perder nossa essência.
A gente costuma ter vergonha e querer esconder nossos passos e projetos do passado, mas eles nos trouxeram até aqui e lembrar disso nos ajuda a não perder nossa essência.
Não, você não precisa apagar fotos antigas do seu feed, achar que seus looks do passado eram péssimos nem ter vergonha dos seus projetos/trabalhos de 5 anos atrás.
Eu recebo muitas mensagens sobre isso e o que entendi com o tempo é que, se tem algo diferente hoje do que você fazia no passado, isso significa que você está evoluindo -isso é lindo e é, também motivo para se orgulhar, e não para esconder.
Nossa geração se acostumou a ver a vida perfeita do outro o nas telas o dia inteiro e, com isso, desenvolvemos a péssima mania de comparar nossa história com a de pessoas com trajetórias completamente diferentes da nossa; como consequência automática disso, a gente se cobra demais por não ter a mesma vida que a dona do feed impecável tem e esquece como chegamos até aqui.
Com isso, ao invés de curtir e apreciar nossas conquistas e nossa evolução, a gente tá sempre se pressionando e pensando como vai ser o próximo passo e como a gente fazer para vai se superar (esse recadinho vai de mim pra mim mesmo, rs).
Mas e quando vai sobrar um tempo para apreciar nossas conquistas? Quer sejam as pequenas ou aquelas capazes de trazer grandes mudanças?
Todas elas importam e precisam ser reconhecidas, vividas.
Quando esse impulso quer tomar conta de mim, eu lembro que há 10 anos eu era apenas um menino sem muita perspectiva ou grandes metas para a vida (numa realidade onde muitas das coisas que eu faço hoje pareciam apenas um sonho tão distante quanto inatingível/inalcançável) e isso me ajuda a recobrar a consciência sobre a importância de cada passo.
Ter a noção do valor de cada degrau escalado me ajuda a perceber que o sonho de trabalhar na Capricho virou o sonho de ser/ter a minha própria Capricho que, na verdade, é exatamente esse espaço, onde tudo é sobre sonhar e transformar.
Hoje, fico muito emocionado por conseguir entregar um trabalho com essa qualidade para vocês, ao mesmo tempo em que me sinto vivo por poder tirar cada sonho imagético da minha cabeça, transformando em histórias que ajudam a inspirar vida de tantas outras pessoas -inclusive gente que sonha (como eu sonhei no passado) em viver de suas criações...
Para finalizar, eu queria agradecer do fundo do coração à todas as pessoas que já passaram por aqui e contribuiram de alguma forma: fotógraf@s, modelos, cabeleireir@s, maquiador@s, fornecedores, parceiros...
Muitas dessas pessoas acabaram se tornando amigos pessoais, exatamente por algo extremamente importante pra mim em qualquer produção: criar um ambiente em que todos se sintam respeitados e felizes por estarem envolvidos.
Muitas dessas pessoas acabaram se tornando amigos pessoais, exatamente por algo extremamente importante pra mim em qualquer produção: criar um ambiente em que todos se sintam respeitados e felizes por estarem envolvidos.
Especialmente nesse editorial, tivemos algumas participações que merecem uma salva de palmas pela disponibilidade em fazer um projeto em plena pandemia:
Eleanor, uma seguidora que se tornou assistente, logo virou amiga e hoje é uma peça importante pra mim em todas as etapas quando conseguimos executar projetos juntos;
Eleanor, uma seguidora que se tornou assistente, logo virou amiga e hoje é uma peça importante pra mim em todas as etapas quando conseguimos executar projetos juntos;
George, que tem uma história de muita garra e força de vontade; mais um menino que resolveu afrontar o mundo para mostrar do que é capaz e que eu tenho muito orgulho de ter por aqui sempre, com um olhar tão sensível e disponibilidade de coração.
Laysa, sensível, dedicada, com um senso de profissionalismo inquestionável e sempre tão entregue a cada desafio -não preciso nem comentar sobre beleza, né?
Cris, tão transparente quanto solícita e humana... Dona Festeira não é só um acervo num galpão: é um lugar inspirador onde a gente ama estar.
Fabi e Kami, dupla fod•na, sempre com uma percepção que vai além da beleza: abertas, atentas, dando cor e forma às personagens que existem na minha cabeça com a maior dedicação do mundo;
Thais, amiga artista e inovadora, dona dos melhores bolos que já comi na vida e que já fez até bolo de papelão gigante comigo.🤣
Elaine, dona de um trabalho impecável, também sempre disposta a embarcar nas loucurinhas para chegar em resultados surpreendentes (esse trabalho com balões foi uma caixinha de surpresas) e trazer novas ideias para o mercado.
Luiz, pessoa que entende de como fazer mágica -com a luz; sempre com a melhor energia, disposição e ouvidos abertos.
Athena, amiga pessoal, generosa e voz da minha consciência (uma consciência muito bem vestida, porque a gente não é obrigada a nada).
Por fim, mas não menos importante: VOCÊ, que motiva cada caractere dos conteúdos que vão ao ar aqui ou nas redes sociais, em qualquer lugar.
Nesses nove anos, teve gente que chegou, gente que passou, gente que ficou e gente que virou amiga especial mesmo sem contato físico/presencial.
Eu sei que soa muito clichê, mas eu sou muito grato por ter com quem dividir sonhos.
Obrigado por estar aqui do meu lado!
Obrigado por estar aqui do meu lado!
Espero, de coração, que você tenha gostado do editorial e, mais do que isso, que ele tenha te inspirado positivamente.
Lembre-se: a mágica tá viva em nós, viva o hoje -o futuro é imprevisível- e comemorar cada etapa do caminho importa.
Que venham os próximos.
Beijos do Math e até a próxima!
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