Tour pela sala: makeover de quarentena

Quando mudamos pra cá, há dois anos e meio, eu transformei uma caixa bege numa sala de estar super colorida, num desafio pessoal de fazer a decor mais vibrante e cheia de personalidade que eu pudesse. Deu certo, eu amei o resultado e mostrei no primeiro tour pela sala aqui nesse post.

Tava tudo lindo, tudo certinho em seu lugar até que, no ano passado, depois de ficar vários meses doente e acamado dentro de casa, eu, que sempre vi decoração como uma extensão e uma materialização da minha personalidade, senti que precisava me livrar de tudo o que me lembrasse daquele momento pra continuar.

Foi então que eu decidi me despedir de toda aquela mistura de cores para experimentar algo mais suave e arriscar umas pitadas de tons terrosos -que normalmente não fazem meu tipo, mas eu tava afim de tentar.

Minha intenção por trás dessa mudança era encontrar conforto dentro de casa novamente: por dentro, eu tava bem confuso e abalado com todo o processo pelo qual eu vinha passando e, pra encontrar meu eixo de novo, senti que precisava me despir dos meus sentimentos internamente e a forma que encontrei de externalizar e materializar isso foi tirando de perto as coisas que, a essa altura, já não faziam tanto sentido pra mim e não refletiam como eu me sentia no momento, cedendo esse lugar para uma decoração mais neutra, feita de coisas com mais significado e valor, que me ajudariam a me redescobrir como pessoa.

E para essa mudança, eu só gastei o valor da lata de tinta verde acinzentada (aproximadamente R$50), que substituiu o amarelo na parede de listras.
Todo o restante já existia aqui e eu apenas mudei algumas coisas de lugar.

O resultado:

Eu comecei todo esse processo sabendo que, pra mim, seria tão importante quanto transicional, ou seja: apesar de estar indo para um caminho que não era naturalmente o meu (meu estilo de decor, assim como tudo na vida, é muito mais solar e vibrante), precisava fazer, mesmo sabendo que duraria pouco tempo, afinal, o que eu tava procurando era um espaço (físico e mental) neutro e acolhedor, que me permitisse encontrar a frequência e sintonia ideais dentro de mim até retomar, de fato, as rédeas da minha vida de volta.

A quarentena:

E aí que a gente passou alguns meses com uma casa tão calminha que, à medida que as coisas foram voltando pro lugar, já não comportava mais minha energia (também conhecida como fogo no cy) e chega no mundo uma coisa chamada coronga...

Eu sabia que o surto seria uma certeza se eu não colocasse um pouco mais de cor aqui dentro para sobreviver à uma quarentena -que já dava sinais de que seria longa- e uma nova fase começou quando eu decidi me livrar do verde acinzentado da parede listradinha, substituindo por algo mais vivo,e escolhi algo que me remete à memórias de infância, na casa da minha vó -lá no Piauí: a palha indiana, que foi o ponto de partida pra todo o resto.

Caso você ainda não tenha visto, eu ensinei a fazer a estampa aqui nesse vídeo:

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Uma publicação compartilhada por Matheus Fernandes 🏳️‍🌈 (@blogdomath) em 13 de Abr, 2020 às 2:42 PDT

E aqui nesse post você encontra mais dicas e o template para reproduzir em casa.

Como a minha referência vinha de uma memória do nordeste, eu fiz a estampa numa cor que me faz pensar em praia.

Com a ideia já materializada na parede pronta, eu comecei a pensar em como poderia trazer aqui para dentro essa sensação de frescor das praias que a gente ficaria sem ver por tanto tempo, em confinamento aqui dentro -e o desafio era se virar com o que já tinha aqui, afinal, lá fora tem coronga.

Eu decidi então que o rosinha seco da versão anterior da sala da daria espaço para o azul e, considerando que eu não mudaria a cor do sofá, inevitavelmente, o menta também entraria nessa conversa -formando uma combinação de cores análoga (com baixo contraste -eu explico isso melhor nesse post sobre cores).

No começo, a mistura entre azul, menta e amarelo neon parecia que não ia dar certo... a sensação era quase o oposto do que eu tinha em mente e eu fui trazendo, através de elementos sutis, outras tonalidades que ajudariam a equilibrar essa combinação: um pouco de amarelo pastel, um pouco de coral e mais um tantinho de rosa, em diferentes tons, e eu comecei a me reconhecer ali nessa mistura.

Lembra do vídeo dos tassels?
Eu fiz modelos novos, nas cores que ajudariam a tirar a sensação fria da base da sala e, a partir desses pontinhos de cor, o equilíbrio foi aparecendo.

Talvez eu já tenha dado essa dica mas vale repetir sempre: coisas pequenas podem mudar muito a cara de um ambiente.
Essas coisas podem ser pequenas manualidades feitas por você, como um pompons, tassels, um vasinho de cimento, etc...

Além disso, a mesma dica vale para detalhes: aqui, eu gosto de pintar só os pezinhos do rack com uma cor diferente.
Você pode aplicar a mesma ideia mudando os puxadores de um móvel ou pintando metade de um vaso, por exemplo.

Até aqui, o que eu tinha feito era substituir listras por um padrão de palha indiana e trocar as cores de detalhes menores, ou seja, eu basicamente atualizei coisas que já existiam, dando um refresh...
Mas eu queria uma mudança um pouco mais significativa e resolvi fazer isso aumentando a quantidade de quadros na parede do sofá, ocupando todo o restante da parede com uma galeria e amei como ficou:

Pra nova versão da parede, eu misturei fotos pessoais, ilustrações minhas (você pode comprá-las aqui) e da Malena Flores (as ilustras dela passam sempre uma energia muito boa, uma sensação de calma e paz) e também algumas fotos do Unsplash.

Basicamente, pra essa composição, eu mantive a mesma ideia do restante da sala: frescor e baixo contraste, misturando as cores que escolhi como base com as que surgiram depois, pra dar equilíbrio.

Além disso, eu finalmente instalei a luminária que eu queria no outro lado do sofá e o restante da mudança fica por conta dos objetos como almofadas, livros e complementos -eu vou tentar explicar melhor como fazer essas combinações num post só sobre styling.

Enfim, lá se vão alguns meses de quarentena perdidos no horizonte e eu amo a sensação que a nossa sala transmite, mesmo nesse calor do cão que faz em Brasília nessa época de seca.

Amo, na mesma medida, que essas mudanças foram feitas com o mínimo de custo possível, usando coisas que eu já tinha aqui (basicamente, eu não tinha a arandela e a tinta spray neon, que usei pra pintar detalhes -comprei as duas coisas no Mercado Livre).
Pode acreditar: todo o restante, eu já tinha aqui.

Outra coisa interessante é observar que, na verdade, eu meio que voltei ao ponto "inicial" da sala, que se aproximava muito mais da minha essência, da minha energia -só que de um jeitinho novo, diferente e mais leve-, o que só reforça que a vida é mesmo cíclica.

E você?
Como tá lidando com o seu espaço na quarentena?
Mudou muita coisa por aí?
Vamos trocar figurinhas?

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Bjs do Math e até a próxima!