TOUR PELO HOME OFFICE 2020

Eu lembro muito bem como era estranho não poder brincar com a casa da Barbie das minhas amigas e da minha irmã (a gente era bem f*dido de grana, mas uma vez ela ganhou uma casa da Barbie babadeira que tinha um banheiro com banheira que funcionava de verdadinha e eu era fascinado com aquele brinquedo).
Acho que o mundo sequer percebia/percebe quão cruel é colocar crianças em caixas de regras tão absurdas: em algumas das vezes em que fui flagrado brincando com brinquedos "de menina", tive que ouvir sermões intermináveis de uma irmã da igreja que tentava me convencer enquanto me torturava psicologicamente (sob ameaças de inferno) que era errado brincar com aqueles brinquedos.
Acontece que eu simplesmente amava as cores e as formas da casa da Barbie e, assim como eu amava ler revistas de decoração, eu sonhava em ter uma casa que fosse tão bonita e harmônica quanto a casa da Barbie.

Doía bastante cada vez que eu passava por situações assim.
Até que depois de um tempo, eu desisti da ideia de brincar de casinha porque a vergonha e o constrangimento ficavam maiores à medida que eu crescia e as pessoas julgavam cada vez que me viam tentando brincar com algo que pra mim era normal, mas que fazia o mundo me julgar como se eu fosse uma criatura de outro mundo.

Por um tempo, eu tentei negar minha verdade, me afastei e neguei o quanto eu amava isso que se manifestava ali nas minhas brincadeiras de criança: a decoração.
Até que alguns anos atrás, aos poucos, eu fui retomando e redescobrindo como pensar e cuidar de cada cantinho em casa é prazeroso pra mim e tudo foi ficando mais divertido à medida em que eu fui entendendo como a casa é uma extensão de quem eu sou, até chegarmos ao ponto do post de hoje: meu home office.

Eu acho que nem eu mesmo havia percebido como esse espaço tem referências de toda a minha vida, até começar a escrever sobre isso e concluir que esse espaço é, em partes, meu presente pro Matheus criança viada de 5 anos que não podia brincar de Barbie. Ele adoraria descobrir que no futuro, poderia montar sua própria casa como aquelas de brinquedo e que isso inspiraria outras pessoas.

Dito isso, pode entrar...
Caso você ainda não tenha visto o vídeo do tour, aperta o play aqui em baixo e fica a vontade que a casa é nossa!



Eu sempre amei deixar as coisas registradas também em foto aqui no blog, porque, assim, a gente consegue salvar as referências nas nossas pastas no Pinterest (já me segue? Sou @blogdomath lá também), então, bora que tem um monte de informações extras a seguir.

Caso você seja nov@ por aqui ou não lembre, meu home office antes era apenas um cantinho numa parede na quitinete que a gente morou por 7 anos (clicando nesse link, você vai direto para a tag visualizar todos os posts e vídeos sobre home office que já postei aqui no blog).
Quando a gente mudou pra cá (aqui tem vídeo da mudança, diário da reforma e o primeiro tour),  foi a glória ter um ambiente inteiro literalmente pra mim, que me permitiria armazenar melhor meu material e, inclusive, produzir com mais qualidade.
Aqui, a gente tem a vantagem de morar num apartamento vazado, então, outra coisa maravilhosa é que sempre tem luz boa nos cômodos. No home office, pela manhã eu tenho uma luz mais suave e, a tarde, o sol entra ToR4nD0 tudo, sem dó nem piedade, mas eu não reclamo pois amo ver ele refletindo nos meus globos de espelho pendurados na janela.
Amo tanto que sempre que isso acontece, paro e fico olhando, meio bobo - porque é uma gracinha mesmo de se ver ao vivo
Da quitinete, vieram pra cá o locker, a estante de metal (tipo aquelas de mercado, que eu já usava para guardar materiais e acervo) e também a minha antiga mesa de trabalho -que eu também tinha comprado num mercado-, mas ela era muito pequena e, de cara, eu já soube que queria montar uma área de trabalho numa parede inteira, de fora a fora, e escolhi a parede onde fica a porta, para combinar uma pintura unindo as duas.

Feita a escolha do local, eu precisava primeiramente providenciar prateleiras sob medida e fiz isso com a ajuda de uma amiga, numa marcenaria daquelas que fazem tudo personalizado.
Não lembro o valor ao certo, porque já se foram dois anos desde então, mas não foi caro porque são apenas três pedaços de MDF branco, sendo que o da bancada é mais grosso que o das prateleiras para aguentar o computador com mais segurança e sem empenar.
Pra fixar as prateleiras na parede, eu usei trilhos e, para a bancada, mãos francesas bem reforçadas.

 Outro ponto importante era distribuir o restante das coisas (locker, prateleira e os outros móveis pequenos que estavam "soltos" no meio da bagunça da mudança) pelo ambiente.
Hoje, eu acho que faria um pouco diferente, mas naquele contexto, sem saber como seria o uso do espaço, eu optei por distribuir entre três paredes, deixando uma delas vazia, para servir como base neutra para as produções.

É fato que, apesar de o espaço aqui ser bem melhor que o anterior, ainda não é o suficiente para montar e fotografar cenários confortavelmente, pois esse tipo de trabalho vem sempre com uns "bônus", tipo tripés e iluminação, então, acaba não sendo tão simples assim, mas acho que, no fim, tudo se encaixou bem e hoje eu consigo ter maturidade o suficiente para saber que, no fundo, eu preciso de um estúdio e que, na hora certa, vai rolar.
Acho que esse é o tipo de visão ajuda a gente a enxergar de forma grata o que se tem, ao invés de ficar lamentando e reclamando por não ter o que se deseja; eu amo o que tenho aqui e tô muito feliz assim e sobre o futuro, o tempo vai mostrar :)

Um ponto muito importante sobre esse post é que eu quero que ele te traga inspiração e não ansiedade, no sentido de você ficar incomodad@ querendo logo ter um espaço "assim ou assado".
Acho importante ressaltar algo que já disse nos stories dias atrás: tudo o que a gente vê na internet parece sempre muito fácil por um motivo óbvio -já tá pronto e, geralmente, também tá editado.

Deixa eu te contar um segredo: a gente não chegou aqui com um caminhão de mudança com todas essas coisas já empacotadinhas e com lugar definido.
Foram meses até conseguir colocar tudo "no lugar" e (vários) anos criando um acervo, juntando dinheiro mês a mês para comprar uma peça específica, uma surpresa numa feira durante uma viagem ou numa ida ao taguacenter, sabe...

Não se iluda achando que as coisas na vida real rolam como num programa de TV ou como os vídeos de reforma do youtube onde, dentro de alguns minutos, um ambiente inteiro se transforma...

Parece óbvio, mas é sempre legal reforçar que na vida real não é assim -porque o nosso cérebro costuma pregar peças na gente e, quando a gente menos imagina, tá se sentindo infeliz por se comparar com o outro e começar a lastimar por não ter o que o outro tem, ao invés de agradecer por tudo o que a gente ralou muito pra conseguir.

Em resumo: esse cantinho aqui tá sendo moldado dia após dia, ao longo dos últimos anos, para ser assim como é hoje -e na verdade, tá sempre em mutação, porque eu sou assim- e seria cruel e desnecessário com você mesmo querer fazer algo parecido da noite pro dia...
Portanto, se inspira e pega leve, vai fazendo aí na mesma toada: devagar e sempre e, quando você menos esperar, vai olhar pro lado e se perceber completamente apaixonad@ pelo que tem.

Combinado?
Então, prossigamos...

No comecinho de tudo, eu cheguei a montar um moodboard pra cá com inspirações no filme "The Darjeeling Limited", do Wes Anderson (eu mostrei como eu organizei as referências em moodboards para cada ambiente nesse vídeo aqui), mas no meio do caminho eu decidi deixar o tempo ir me dizendo o que funcionaria melhor por aqui...

A dica é: tão importante quanto juntar e organizar referências (pra não ficar perdido atirando para todos os lados e gastando dinheiro desnecessariamente com coisas que em poucas semanas se tornam entulho), é sentir e ouvir o que o ambiente te diz no dia-a-dia.

Se você se permite simplesmente ter momentos de ócio na sua sala, por exemplo, você vai conseguir perceber, depois de um tempo, o que precisa ser mudado (e como deve ser essa mudança), pois a casa tem vida e energia, que se conectam diretamente com a gente, com as nossas emoções -e foi exatamente isso que eu fiz aqui: deixei o tempo e o espaço me dizerem o que seria melhor...

Não demorou muito para eu perceber que desejar um home office com cartela de cores amarradinha seria quase uma utopia, já que eu trabalho com projetos que contagiam esse ambiente numa velocidade muito rápida ao longo dos doze meses do ano.
Sempre vai ter um material, um moodboard ou uma piñata gigante cheios de cores, formas e texturas diferentes aqui, logo, não faz sentido tentar manter tudo tão certinho.

Talvez isso faça sentido no dia em que eu tiver um escritório dentro de um estúdio -nesse caso, o estúdio vai ser essa parte mais livre e versátil e, o escritório, uma caixinha dentro desse pequeno universo.
Mas por enquanto, a lógica é que a coisa precisa ter fluidez... 
Ter essa consciência me ajudou a levar as coisas de forma mais leve e entender, inclusive, que a lógica de funcionamento do home office é muito diferente do quarto e da sala, por exemplo.
Neles, eu consigo, sim, definir uma coisa mais alinhado e manter por um bom tempo (até meu fogo no koo dizer que tá na hora de mudar tudo de novo), mas esse é um espaço naturalmente dinâmico e essa misturinha de cores e linguagens estéticas são o que eu preciso para me manter sempre inspirado.

Manter as paredes brancas foi uma escolha bem consciente porque eu sabia que queria muita luz natural refletida, já que eu sou uma pessoa muito solar.
Com isso, mesmo nos dias nublados, aqui tá sempre bem iluminado e isso me faz um bem absurdo.
Além disso, eu tenho a possibilidade de mudar a vibe do espaço com muita facilidade, trocando basicamente os objetos de lugar.

A única exceção foi o pedaço de parede em baixo da bancada que eu pintei de azul (um tom de azul carinhosamente apelidado por uma amiga -que ficou chocada com a minha escolha pelo tom- de azul machão, rs), numa tentativa de me desvincular da sequência de tons pastel que eu vinha usando na minha área de trabalho ainda lá na quitinete.

Outro ponto muito importante, principalmente para quem trabalha com tantas coisas ao mesmo tempo, como eu, é a organização do espaço.

Eu guardo meus objetos de forma categorizada, tanto dentro das caixas caixas organizadoras quanto dentro das portas do locker, assim, não preciso revirar tudo quando estiver procurando um material para fazer qualquer coisa.

Hoje eu já sinto necessidade de mais espaço de armazenamento e mais caixas organizadoras e tô cogitando substituir a prateleira de metal por várias prateleiras maiores de MDF na mesma parede, de fora a fora e de cima a baixo. 
Só não fiz essa mudança ainda por motivos de dinheiros pois, tantas prateleiras e caixas organizadoras, no fim, vão custar uma grana -mas acredito que vai valer muito a pena e me proporcionar mais liberdade, organização, possibilidades e, como consequência, mais produtividade.
maquina de sorvete retro cuisinart rosa

Preciso falar um pouco da cadeira também, afinal, eu passo maior parte do tempo aqui dentro sentado nela e eu tive muita dificuldade para encontrar indicações e referências de cadeira de escritório bonita e confortável na mesma medida -e pode ser que minhas dicas agora sejam úteis para outras pessoas.

Minha cadeira anterior (que usei por vários anos) havia sido comprada num hipermercado, meio que de improviso, quando toda a minha configuração de trabalho era outra -na verdade, eu ainda nem tinha entrado na faculdade e nem sabia muito bem o que ia querer da vida, rs.
Era preta, de um material sintético, tipo um trambolho aleatório que não tinha nada a ver comigo, mas quebrou o galho por um bom tempo, até que o assento já não ficava mais no lugar e, por não encontrar a cadeira ideal, eu fiquei quase dois anos sentando em cadeiras eames e tolix (péssimas para esse fim) e morrendo de dor na coluna, até que o Sander (👼) me deu essa de presente .

Eu já tinha pesquisado muito na internet e não havia encontrado nenhuma no Brasil com pés mais discretos e de metal dourado, como eu queria, então a gente simplesmente foi na loja pra ver pessoalmente algumas opções que eu já tinha visto pelo site.
Chegando lá, sentei minha raba belíssima em todos os modelos que achei combinariam com meu derrière 🍑 e com o home office -e escolhi essa.

Ela é muito confortável, tem uma boa ergonomia, o que permite que o corpo se encaixe direitinho; eu, que sempre tive problemas na coluna, notei uma redução considerável nos episódios de dores na lombar (testei várias vezes as cadeiras e concluí que essa era uma das que tinham o melhor encaixe pra mim).

Não é um modelo super acessível mas é o tipo de coisa que acho que vale o investimento tanto quanto um sofá ou uma cama, porque você vai passar uma parte considerável da vida usando.

Mas não é muita loucura uma cadeira branca?
Como ela é revestida com courino, eu limpo com bucha, detergente neutro e um paninho macio uma vez por semana, em média e ela segue muito bem conservada até hoje.

A única coisa negativa com ela é que, recentemente, apareceu um pequeno rasgo/rajado no apoio de um dos braços e definitivamente não foi por falta de cuidado, porque eu sou bem zeloso com as minhas coisas pois tenho pavor de objetos quebrados/detonados.

prateleira caixas organizadoras escritorio em casa

telefone retro tijolinho colorido de parede

Sobre os itens de decoração: se você reparar, vai ver que aqui não tem quase nada daquelas coisas que a gente acha normalmente na parte de home office nas lojas de decoração.Isso porque, conforme eu disse no vídeo, eu não me importo com regras e convenções -apenas queria criar um ambiente que fosse inspirador e funcionasse pra mim e sugiro que você faça o mesmo 
quando estiver pensando em mudar qualquer canto da sua casa.

Meu critério de escolha dos objetos que ficam expostos aqui no home office é basicamente que sejam coisas que me inspirem e que tenham, de alguma forma, relação com o que estou fazendo no momento.

Eu recebo frequentemente perguntas sobre os itens que tenho aqui, sobre onde comprei etc e boa parte deles vieram de garimpos em viagens, presentes de amigas e ainda tem a parte de coisas feitas por mim mesmo.
Pensando nisso, eu fiz uma lista no finalzinho do post com o máximo de coisas que eu lembro onde comprei; assim, fica mais fácil pra todo mundo, combinado?
disco ball globo espelhado decoracao de casa mercado livre
maquina de sorvete retro cor de rosa cuisinart

jaquete bomber paetes farm chuvisco globo de espelhos

telefone de parede tijolinho retro antigo mercado livre

armario arquivo locker academia escritorio retro antigo colorido cor de rosa
Posso só comentar que o armário locker foi uma das melhores escolhas que fiz em relação à compras direcionadas ao meu trabalho?
Não ter bagunça exposta ajuda muito na sensação de que um ambiente está organizado e funcionando bem e, em relação a isso, por mais que prateleiras cheias de objetos bem alinhados seja lindo de se ver, não resolve quando você precisar ARMAZENAR muitos objetos, como eu faço com meus itens de festa e materiais de trabalho, por exemplo.

O meu foi pintado de rosa com esmalte à base d'água e eu expliquei tudo nesse post aqui.

telefone antigo de disco tijolinho de parede colorido mercado livre

E aí, que que você achou?
Espero que tenha gostado e que encontre inspiração no vídeo, no texto e nas fotos para mudar algum cantinho aí da sua casa na quarentena (se você estiver vendo esse vídeo no futuro, saiba que esse post foi feito durante uma epidemia sem prescedentes -vaza coronga- e estamos todos isolados dentro de casa).

Caso você queira dar uma olhada nas minhas inspirações, eu deixei tudo nessa pasta de referências de decor separadas por cômodos 
aqui no meu perfil no Pinterest.
Aliás: curtiu o post? Aproveita e salva ele nas suas pastas favoritas no Pinterest também para usar no futuro ♡

cadeira de escritorio branca confortavel tok stok

A seguir, a lista dos objetos:

Telefones, mão articulada de madeira, disco balls, locker: Mercado Livre

Planner semanal e grampeador: Bee Mine

Luminária articulada, cadeira, caixas organizadoras grandes de papelão (branco e turquesa) e moldura dourada quadrada: Tok & Stok

Copos, bolsa térmica, prato de coração e bóia: Ban.do

Máquina de sorvete: Cuisinart (uma amiga trouxe dos EUA. Acabei de ver que tem no Mercado Livre, infelizmente, custando quase dez vezes o valor que paguei pela minha)

Radinhos: Sunnylife

Caixas organizadoras de plástico rosa + brancas com ponteiras de metal: Kalunga.

Câmeras: a Diana menta eu comprei no enjoei. A dourada e a instax, ganhei do Sander.

Quadros: coleção Rainbow, assinada por mim para Magnólia

Livros: comprei a maior parte deles no ebay. Tem um vídeo mostrando alguns deles aqui (vou fazer uma versão atualizada em breve, então, aproveita se inscreve no canal pra não perder)

Estante branca: comprei em lojas populares em Goiânia (era cinza e eu pintei com spray branco)

Esteira: Souq

Cadeira de praia: Walmart

Coelho branco: é uma luminária da marca Rice; comprei num site com o qual tive vários problemas depois, portanto, não vou indicar o nome -mas você encontra facilmente pesquisando no Google.

Caixa organizadora rosa e coelho amarelo: ambos Zara Home (o coleho, comprei anos atras, no Uruguai)


Pratinho de lhama: Palomitas -comprei numa feira de Rua em SP.

Mini disco ball com base pink (na prateleira): uma amiga trouxe de presente dos EUA

Bolsa box de palha: forever 21

Prato de arco-iris na parede: Oh Happy Day

Porta retrato grid: Artex

Caixas coloridas na bancada + moldura de acrílico neon: ganhei de presente, mas sei que tem na Imaginarium



Por hoje, é só...
Bjs do Math e até a próxima!


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