Formei! Meu TCC - Parte 1

max rocha fotografia brasilia

Li no livro do André Carvalhal (pretendo fazer uma resenha sobre ele aqui) que "as pessoas se encantam por histórias...", e acho essa citação uma das maiores verdades da vida.
Sempre fui apaixonado por narrativas, principalmente quando elas ganham vida e forma através da moda; desde muito novinho, eu colecionava catálogos de marcas e lojas de roupas e me perguntava se algum dia eu poderia ser parte de um trabalho como aqueles que tanto admirava.
Sempre me encantou o fato de que, com alguns elementos (estrategicamente) escolhidos, as revistas e editoriais de moda transformem completamente um objeto ou peça de roupa, fazendo, muitas vezes, que eles se tornem "necessários" na vida das pessoas, que, por sua vez, desejarão fazer parte daquela história.
Esse foi o meu principal motivador para, há alguns anos, optar pela moda ao decidir que queria mudar os rumos da minha carreira profissional; entrei, então, no curso de moda de peito aberto a todas as possibilidades, porém convicto de que queria, sim, aprender a contar histórias através da moda também, e aqui estou, 2 anos depois, contando um pouco da minha história no meu TCC, que venho orgulhosamente compartilhar com vocês que me acompanham e torcem por mim através do blog, do instagram, do facebook etc.

Pra quem ainda não sabe, o TCC do curso de moda -aqui no IESB- envolve a criação de uma marca de moda (com direito a logo, papelaria, site etc.) e o desenvolvimento de uma coleção.
Escolher o tema e o direcionamento do TCC é algo um pouco complicado, afinal, a gente sempre gosta de muita coisa... Mas alguns limitadores ajudam, como por exemplo, o fato de ter uma estação do ano definida pra elaboração da coleção.

Pra facilitar a vida, escolhi logo de cara pra quem eu direcionaria a marca (e consequentemente, a coleção também): resolvi que faria moda feminina pra moças brasileiras de 20 e poucos anos, românticas (porém, sem afetações), livres, leves e independentes. Tendo isso em mente, ficou mais fácil pensar em como seria a marca, afinal, ela seria elaborada pra satisfazer às necessidades de consumo dessa turma!

max rocha fotografia brasilia

Todo e qualquer processo criativo na minha mente começa com uma música ou uma cor, e, no caso do TCC, ainda antes de saber como se desenrolaria todo o trabalho, eu ouvia incansavelmente Pitanga, o CD da Mallu Magalhães (particularmente as faixas Ô, Ana e Sambinha Bom), e isso foi delineando na minha cabeça imaginativa qual seria a cara do projeto.
Com toda sua atmosfera sonora delicada, criativa e cheia de frescor, Pitanga se tornou algo tão importante dentro do processo que resolvi usá-lo também como uma forma de homenagem, tornando-se o nome da marca (Repassem isso até chegar na Mallu, pfvr galera. Hahahaha).

Havia um pequeno problema, pois já existem muitas marcas registradas com esse nome, mas como a marca é fictícia  e usada apenas pro TCC, resolvi manter.
Como eu queria que tudo fosse bem pessoal e mais humanizado, decidi não usar fontes prontas pra criar o logo, daí eu escrevi com minha própria letra. Acho que fica mais fofo e menos "certinho".

Criei então uma identidade visual que representasse o lifestyle das garotas que me inspiravam no desenvolvimento da marca, que pode ser conferida abaixo:

identidade visual marca de moda design grafico brasilia pitanga mallu magalhaes

A idéia era ter referências retrô e uma pegada "funny" bem evidentes, afinal, a marca foi criada pra alcançar jovens, gente que tem sede de viver e muita energia pra gastar.
Como eu sempre sonhei em ter um trailer retrô pra "zanzar" por aí, resolvi que a marca seria multiplataforma: Pitanga seria um e-commerce que contaria com o apoio de uma loja física móvel, que permitiria alcançar gente de diferentes pontos da cidade, o que permitiria que cada evento da marca tivesse sempre uma cara diferente.

A principal função do trailer seria proporcionar às clientes experiências marcantes que fizessem da marca algo importante e indispensável na vida das consumidoras, com a grande vantagem de permitir que elas conhecessem mais gente que tem os mesmos desejos e pensa de forma semelhante, tudo regado a pocket shows, arte e comidinha. Yummie, yummie!

O trailer passou então a ser um dos principais eixos do processo criativo todo. Como trailer lembra food truck, achei que seria legal fazer essa brincadeira de misturar na identidade visual moda com "gastronomia", "salpicando" granulados coloridos no próprio trailer, nos itens da papelaria e nos demais elementos.
Sabe que eu achei que deu samba? Fiquei morrendo de vontade de ter um trailer assim de verdadinha! hihihi

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Uma observação pertinente: eu já havia imaginado essa idéia do trailer pra marca ainda no ano passado, bem antes de ser revelado que a Farm também terá um escritório móvel que funciona num trailer. Minha principal inspiração pra isso foi o lifestyle de garotas viajantes e os food trucks super fofos que enchem nossos olhos. Por coincidência, no último mês, a turma da Farm anunciou essa novidade muito fofa: eles estão de trailer por aí!

Outra coisa bem legal do projeto é que o meu principal objetivo era realmente satisfazer o público-alvo e nutrir um relacionamento bem amistoso com a galera, sabe? Criar uma marca que de fato fosse  "amigue" das meninas, e pra isso, as potenciais clientes assumiram o posto de protagonistas em todas as etapas do processo criativo; isso se refletiu em algumas coisas legais e diferenciadas da marca, como por exemplo o fato de que cada peça viria com uma tag específica indicando qual tipo físico seria melhor favorecido com ela. Imagina que legal isso na vida real, galera?! Seria como você ter um personal stylist do seu lado te ajudando na hora da compra.

Eu considero de extrema importância que qualquer marca tire as promessas do campo subjetivo e entregue o que se propõe de forma real, sabe?
Aprendi isso lendo um livro de branding e marketing. E se a idéia e trabalhar com verdades, por que não focar em pessoas reais?

As musas inspiradoras que integraram meu painel de público-alvo eram todas mulheres que conheço, convivo e/ou interajo na vida real: designers, servidoras públicas, blogueiras, fotógrafas, donas de e-commerce... tendo em comum a busca por experiências estéticas sensoriais;
São mulheres intelectualmente sofisticadas que valorizam o design por saber da sua importância, afinal, elas vivenciam isso, seja criando ou consumindo elementos com carga emocional, o que torna tais objetos especiais.
Além disso, observei que todas elas criam momentos únicos, utilizando-se de um senso estético nato para juntar, inventar e mesclar elementos simples fazendo com que se tornem elementos importantes dentro de composições belas e harmônicas.
Uma boa forma de resumir essas jovens mulheres seria dizer que elas são aquelas amigas criativas, fofas e estilosas que têm a casa mais agradável de todas, sempre fazem os eventos mais lindos etc. Acredito que todo mundo tem pelo menos uma amiga assim (por sorte, tenho várias)...

max rocha fotografia brasilia

Uma coisa legal de se falar sobre o trabalho como um todo: eu optei por não utilizar imagens prontas da internet, então as imagens utilizadas aqui neste post e todas as demais que foram utilizadas pra compor o material foram idealizadas por mim e fotografadas pelo meu amigo Max Rocha. A idéia era representar um lifestyle que valoriza coisas simples, sem extremismos e alienações, provando que esta é uma escolha de vida possível.

Como TCC é sempre uma coisa bem grande e complexa, pra não explicar de forma muito superficial e também pra não correr o risco de fazer um post gigantesco e cansativo, resolvi dividir em duas partes.
Esta primeira apresenta a proposta da marca e fala sobre o público-alvo.
A segunda parte é a que todo mundo, de fato, quer ver: a coleção, que estará disponível aqui amanhã.

Pra quem gosta de criação de identidade visual e afins, aqui em baixo tem o manual de uso de marca que eu criei pra Pitanga:

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